Funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico de mulheres profissionais do sexo

Abstract

Introdução:a prostituição é uma atividade comercial definida como o exercício de prática sexual remunerada. Não dispõe de regras para local, tempo de trabalho ou número de clientes. As profissionais do sexo vivem em situações vulneráveis e fazem uso frequente e intenso dos músculos do assoalho pélvico, o que pode interferir na funcionalidade desses músculosque atuam nafunção urinária, defecatória, sustentação dos órgãos pélvicos e a atividade sexual.Objetivo: avaliar a funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico de mulheres profissionais do sexo em uma cidade do Nordestedo Brasil. Métodos: foi realizado um estudo observacional transversal, incluindo 30 mulheres profissionais do sexo, com idades entre 18 e 56 anos. As mulheres elegíveis responderam a um questionário sobre características biológicas, antropométricas, sociodemográficas, ginecológicas, obstétricas, da vida laboral, hábitos de vida, história de violência e foram submetidas a uma avaliação clínica dos músculos do assoalho pélvico, seguido por avaliação eletromiográfica. Os dados foram analisados e apresentados através de mediana com a variação e os intervalos interquartil. Para verificar a correlação entre as variáveis foi utilizado o coeficiente de Spearman. Para comparação da mediana de atividade eletromiográfica entre os grupos utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Foi adotado o nível de significância de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEPB, sob CAAE 65943617.0.0000.5187 e todas as mulheres concordaram em participar e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Resultados:foi encontrada correlação regular inversa da atividade eletromiográfica dos MAP com idade (r=-0,369; p=0,045), peso (r=-0,40; p=0,028), IMC (r=-0,412; p=0,024) e número de gestações (r=-0,399); p=0,029). Não foi encontrada correlação estatisticamente significativa com cor, tempo de trabalho e aonúmero de parceiros por dia.. As mulheres que trabalham mais horas por dia tiveram maior atividade eletromiográfica dos MAP externos, quando comparadas às mulheres que trabalham menos horas por dia (p<0,001). Conclusões:não houve correlação de frequência e intensidade da atividade sexual com a atividade eletromiográfica dos MAP na amostra pesquisada. Porém, as mulheres que trabalham mais horas por dia tiveram maior atividade eletromiográfica dos MAP externosquando comparadas às mulheres que trabalham menos horas por dia.