Efetividade do exercício físico domiciliar na aptidão física de idosas com câncer de mama em hormônioterapia: ensaio clínico randomizado

Abstract

Introdução: o câncer de mama é uma das principais causas de mortalidade sendo particularmente grave na população idosa. O exercício físico aparece como uma intervenção promissora nas várias fases de tratamento oncológico. O exercício físico regular produz alterações metabólicas e morfológicas no corpo humano podendo ser uma opção importante na prevenção, tratamento e processo de recuperação destes pacientes. Objetivo: avaliar a efetividade de um programa de exercícios físicos domiciliar sobre a aptidão física de idosas com câncer de mama em tratamento. Métodos: foi realizado um ensaio clínico randomizado no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira - IMIP, que atende pacientes do sistema público de saúde (SUS) da região metropolitana do Recife, estado de Pernambuco, na região nordeste do Brasil, no período de abril a novembro de 2015. Foram incluídas setenta e cinco idosas clinicamente estáveis, com diagnóstico de câncer de mama e em tratamento hormonal no serviço de Oncologia Adulto do IMIP. A amostra foi randomizada em dois grupos: o grupo tratamento (n = 38, idade 66,8 ± 3,5 anos) e grupo controle (n = 37, idade 66,6 ± 3,8 anos). Para o grupo intervenção, foi ofertado um manual de exercícios físicos domiciliar, desenvolvido para o estudo, com duração de 12 semanas, constituído de 19 exercícios para amplitude de movimento, 10 exercícios para aptidão muscular e estímulos para caminhadas por meio de material instrucional e DVD com vídeos explicativos para cada movimento. Para o grupo controle, foram realizadas palestras motivacionais e acompanhamento clínico de rotina do serviço. O desfecho primário foi: a alteração da linha de base e após 12 semanas na aptidão física, avaliada pela bateria de testes Senior Fitness Test (SFT). Como desfechos secundários foram avaliados o Índice de Massa Corporal (IMC) e força de preensão manual. Para análise estatística utilizou se os testes Kolmogorov-Smirnov, t de Student, Mann-Whitney, qui-quadrado de associação de Pearson e exato de Fisher, quando pertinentes. O nível de significância adotado foi 5%. Resultados: no final do programa, observou-se uma melhora significativa da aptidão física (p<0,01) inter e intragrupos em todas as variáveis (flexibilidade e aptidão muscular dos hemicorpos superior e inferior; agilidade, equilíbrio dinâmico e resistência aeróbia) da SFT, com piora significativa (p<0,01) do grupo controle para as mesmas variáveis. Além disso, foi verificada uma redução de risco para imobilidade funcional no grupo tratamento. No entanto, não foram observadas melhoras significativas com relação ao IMC e força de preensão manual. Conclusão: o programa de exercícios físicos domiciliar de 12 semanas mostrou ser uma estratégia efetiva na melhora da aptidão física de idosas com câncer de mama em tratamento.