Padrão alimentar e de atividade física na gravidez e o risco de diabetes mellitus gestacional – estudo de coorte

Abstract

Introdução: A Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definida como a intolerância a glicose, resultando em quadros hiperglicêmicos, com início ou diagnóstico durante o período gestacional. A inatividade física e o padrão alimentar inadequado têm sido considerados como principais fatores de risco para DMG. Entretanto, estudos determinando o papel da ingestão alimentar e do nível de atividade física antes da gravidez, na prevenção da DMG ainda são escassos, sendo ainda desconhecida a participação específica desses fatores de risco no desenvolvimento da DMG. Objetivo: Determinar a frequência de DMG e identificar se padrão alimentar e nível de atividade física são fatores de risco par o desenvolvimento de DMG. Método: Estudo de coorte prospectivo com 841 mulheres grávidas que foram incluidas com 15 a 20 semana de gestação e acompanhadas até o parto. Este Estudo foi realizado no Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira, Brasil. O diagnóstico de DMG, foi realizado segundo preconizado pela International Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG), a avaliação nutricional através do índice de massa corporal (IMC) utilizando a curva de Atalah. A avaliação do nível de atividade física foi determinado pelo questionário de atividade física para gestante – QAFG, e quantificado pelo gasto energético despedido na atividade em METs (Equivalente Metabólico de Tarefas) e o padrão alimentar realizado com questionário de frequência de consumo alimentar (QFA), na analise estatística para avaliação dos padrões alimentares foi usando o método varimax de rotação, a média mínima parcial de velicer´s (MAP), Devido a presença de valores para a média maiores que a mediana nas pontuações dos fatores, foi usado o Teste de Jonckheere-Terpstra, também, utilizou regressão de Poisson foi considerado significante P<0,05.Para avaliação nível de atividade física, análise estatística bivariada usando os seguintes testes: qui-quadrado, exato de Fisher e o qui-quadrado de tendência linear com o objetivo de identificar o conjunto de variáveis que apresentaram associação com a DMG. Logo após, foi usado o modelo multivariado com regressão logística para quantificar os efeitos ajustados das variáveis sobre a ocorrência de DMG, foi usado o intervalo de 95% de confiança. Foi considerado significante P<0,05.Resultados: a média de idade das 841 participantes foi de 26,2 (DP = 5,8) anos. Todos as participantes eram de baixa renda familiar. Além disso, 84,8% dos participantes tinham como escolaridade o nível fundamental, 43,8% já tinham pelo menos um filho, 54,9% tinham uma história familiar de diabetes, 27% tinham sobrepeso e 14,0% eram obesos. Verificou-se uma associação entre DMG e inatividade física um Odd Ratio (OR) 1,8 IC95% (1,12-2,91) Também e entre o sobrepeso e obesidade com o desenvolvimento do DMG, OR 3,1 IC95% (1,81 – 5,20) p <0,001. Conclusão: concluimos que, nesta população estudada, não houve associação entre o padrão alimentar e o desenvolvimento do DMG. Porém, observamos que a inatividade física e o sobrepeso ou obesidade, elevando o risco de 2 a 3 vezes de DMG. No entanto, devem ser realilzados novos estudos para avançar na elucidação do binômio padrão alimentar x atividade física durante a gestação e o risco de desenvolvimento de DMG.