Capacidade funcional e níveis de atividade física como fatores de risco para hospitalização em pacientes oncológicos idosos: coorte prospectiva

Abstract

Introdução: O Aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sobretudo do câncer, encontra-se fortemente associada ao envelhecimento populacional. A ascensão da prevalência de DCNT influencia o estado funcional dos idosos, o que pode determinar uma maior suscetibilidade à agravos a saúde, entre eles a necessidade de hospitalização. A hospitalização é considerada uma situação de risco independente à saúde na população idosa, com impacto negativo na sobrevida e na qualidade de vida do idoso oncológico e maior risco de vulnerabilidade e dependência. Objetivo: Determinar os fatores para ocorrência de hospitalização precoce (até 180 dias) em pacientes oncológicos idosos. Método: Estudo de coorte prospectiva de idosos com câncer no Serviço da Oncogeriatria do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP). Na admissão, foram avaliadas variáveis clínicas, sociodemográficas e as variáveis de interesse deste estudo: capacidade funcional e nível de atividade física foram mensuradas através de instrumentos validados .O desfecho estudado foi a ocorrência de hospitalização precoce (até 180 dias da admissão no estudo). A sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier e as curvas de sobrevida foram comparadas pelo teste Log rank para variáveis categóricas. Um modelo multivariado de riscos proporcionais de Cox foi usado para selecionar fatores de risco de hospitalização precoce. Resultados: 747 pacientes oncológicos idosos foram incluídos, 51, 8% sexo masculino, mediana de idade de71,27 ) anos (±7,40) DP;. dos quais 259 (34,7%) foram hospitalizados em 6 meses, Os fatores de risco para hospitalização identificados na análise multivariada de cox controlada pela idade e sitio primário tumoral foram a presença doença metastática (HR 1.94, IC95% 1.51-2.51, p <0.001) , Teste Timed Up and Go (TUG): mobilidade com anormalidade moderada ou severa (HR 1.61 IC95% 1.51-2.51, p <0.001) e ser do sexo feminino( HR1.28 , IC95% 1.00-1.65,p<0,050). Curva de sobrevida menor ocorreu entre os pacientes com alteração nas escalas estudadas à admissão (log rank < 0,001)Conclusão: A prevalência de hospitalização precoce nos pacientes oncológicos do IMIP foi relevante e está associada de forma independente ao sexo feminino, doença metastática ao diagnóstico e Teste TimedUpand Go (TUG): mobilidade alterado, possibilitando identificar um grupo de pacientes mais vulnerável a admissão, para oferta de um cuidado multidisciplinar personalizado que inclua reabilitação funcional.