Exames laboratoriais basais como preditores de óbito precoce em pacientes oncológicos idosos: um estudo de coorte prospectiva

Abstract

Objetivos: Determinar se exames laboratoriais simples realizados no diagnóstico do câncer são fatores preditivos de óbito precoce em pacientes oncológicos idosos. Métodos: Coorte prospectiva realizada de 2015 a 2017 no IMIP envolvendo idosos (60 ou mais anos) com câncer. Foram obtidos na admissão dados dos pacientes como variáveis sociodemográficas e clínico-laboratoriais. O desfecho analisado foi o óbito ocorrido em até seis meses. Foi realizada análise descritiva, bivariada e multivariada de riscos proporcionais de Cox e sobrevida global pelo Kaplan-Meier. Resultados: Foram elegíveis 746 pacientes com idade média de 71 (±7,4) anos e 16,5% foram a óbito. Os fatores de risco para óbito precoce, controlados pela idade, topografia do tumor e presença de metástases, foram contagens de: leucócitos < 4.000/mm3 ou > 12.000/mm3 (HR 2,51 IC95% 1,68-3,75); creatinina > 1,7mg/dL (HR 2,14 IC 95% 1,37-3,36), plaquetas < 150.000/mm3 ou > 300.000/mm3 (HR 1,92 IC 95% 1,31-2,80) e hemoglobina < 12 g/dL, se mulher, ou < 13 g/dL, se homem (HR 1,89 IC 95% 1,27- 2,83). Sobrevida menor ocorreu entre os pacientes com exames laboratoriais alterados (log rank < 0,001). Conclusões: Exames laboratoriais basais, realizados na admissão hospitalar do paciente oncológico idoso, podem ser marcadores simples de prognóstico e significativos para identificar pacientes com maior risco de óbito precoce.