Perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes internados em um hospital psiquiátrico no nordeste brasileiro

Abstract

Introdução: A Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras drogas compreende que o apoio aos pacientes com transtorno mental, atendidos no Sistema Único de Saúde, engloba a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a qual engloba vários níveis de atendimento, entre eles a internação hospitalar psiquiátrica. Em Pernambuco, o Hospital Ulysses Pernambucano (HUP) está inserido na RAPS e se configura como o maior hospital psiquiátrico de Pernambuco. Apesar da importância desse serviço para a assistência dos pacientes com transtornos mentais graves, não há informações sobre o perfil clínico e sociodemográfico de seus pacientes internados, prejudicando a avaliação do funcionamento da RAPS e o estabelecimento de medidas para a qualificação do atendimento na rede. Objetivo: Determinar o perfil sociodemográfico e clínico de pacientes internados em 2016 no HUP, hospital psiquiátrico de referência no estado de Pernambuco, localizado no nordeste brasileiro. Métodos: Este estudo é transversal, descritivo e retrospectivo e conteve amostra por conveniência. Os dados sociodemográficos e informações sobre o perfil clínico foram resgatados através de prontuários de pacientes internados durante 2016. Para a análise dos dados, foi utilizado o Software SPSS 13.0, com aplicação de 95% de confiança. A coleta das informações iniciou-se após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa do IMIP, sob o parecer de número 2.130.041. Resultados: A amostra foi composta por 245 prontuários de pacientes, em sua maioria, entre 18 a 40 anos, homens, residentes na Região Metropolitana do Recife, católicos, solteiros, internados involuntariamente. A maior parte dos pacientes estava desempregada, tinha cor parda e não possuía aposentadoria. O tempo médio de hospitalização foi de 13,5 dias e a maioria das altas hospitalares foram ofertadas por melhora do quadro psiquiátrico. A maior parte da amostra apresentou diagnóstico de alta hospitalar em concordância com o diagnóstico sugerido na admissão hospitalar. A categoria para esquizofrenia, transtornos psicóticos e delirantes foi a mais apontada como diagnóstico principal, sendo seguida pelos transtornos de humor e depois pelos transtornos mentais por uso de substância psicoativa. Conclusões: Uma vez que a internação hospitalar significa o agravamento do quadro psiquiátrico, as informações sobre o perfil de pacientes internados em hospitais psiquiátricos são importantes para delimitar estratégias para melhoria da RAPS.