Perfil clínico-epidemiológico, laboratorial e radiológico de pacientes internados por suspeita de coqueluche: um corte transversal

Abstract

Objetivos: Descrever o perfil de pacientes internados com suspeita de coqueluche, analisando as diferenças entre casos confirmados e diagnósticos diferenciais. Métodos: Estudo transversal, descritivo, analítico, com pacientes de 0 a 2 anos internados entre 2015 e 2019 por suspeita de coqueluche. Os dados foram analisados pelo software IMB SPSS, por estatística descritiva e bivariada, por Testes de Fisher e Qui-Quadrado. A margem de erro desses testes foi 5%. Foi respeitada a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: Incluiu-se 211 pacientes, sendo 81,1% com idade até 6 meses, 49,3% do sexo masculino e 50,7% do sexo feminino. À admissão, ocorreram em mais da metade dos casos: tosse, tosse paroxística, cianose e dispneia. O diagnóstico de coqueluche foi confirmado somente em 37 pacientes. Tem-se que 57 pacientes foram submetidos ao hemograma, dos quais 68,4% evidenciaram anemia e 43,9% leucocitose. Houve alteração radiográfica em 120 casos. Verificou-se associação significativa (p < 0,005) entre os casos confirmados e as variáveis: cianose; vômito pós-tosse; guincho inspiratório; taquipneia; alterações de ausculta respiratória; anemia; leucocitose. Sobre a cobertura vacinal, 72,9% dos pacientes com coqueluche apresentavam vacinação ausente ou incompleta. Conclusões: Faz-se necessário conhecer os preditores clínico-laboratoriais e radiológicos da coqueluche para otimizar seu diagnóstico e adequar medidas terapêuticas e preventivas.